*gov. RN
1890; dep. fed. DF 1897-1899; pref. DF 1901-1902.
Joaquim
Xavier da Silveira Júnior nasceu em Santos (SP) a 11 de outubro de 1864, filho
de Joaquim Xavier da Silveira e de Emília Carneiro Monteiro. Seu pai foi poeta,
jornalista, advogado e líder abolicionista. Seu cunhado Alberto Torres foi deputado
federal pelo estado do Rio de Janeiro (1894-1895), ministro da Justiça e
Negócios
Interiores (1895), presidente do estado do Rio de Janeiro (1897-1900) e ministro
do Supremo Tribunal Federal (1901-1907).
Abolicionista
e republicano histórico, formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em
1886. No mesmo dia da proclamação da República (15/11/1889), foi nomeado delegado
de polícia no Rio de Janeiro, então capital do país.
Em 10 de
março de 1890, com apenas 26 anos de idade, foi nomeado governador do Rio Grande
do Norte por influência direta do líder do Partido Republicano local, Pedro
Velho
de
Albuquerque Maranhão. Substituiu no governo Jerônimo Câmara, que por seu turno havia
substituído Adolfo Afonso da Silva Gordo, incompatibilizado com Pedro Velho. Como
governador, dirigiu no estado as eleições para o Congresso Nacional
Constituinte em 15 de setembro de 1890. Quatro dias depois embarcou para o Rio
de Janeiro, passando o governo para Pedro Velho e levando consigo o chefe de
Polícia, Alexandre
de Chaves
Melo Ratisbona, que por sua vez deixou o lugar para Manuel do Nascimento Castro
e Silva, partidário de Pedro Velho.
No
governo de Floriano Peixoto (1891-1894) foi nomeado chefe de Polícia do
Distrito Federal. Na presidência de Prudente de Mo
rais
(1894-1898), foi presidente do Conselho Municipal do Rio de Janeiro. Em 1895
renunciou à candidatura ao Senado pelo Distrito
Federal
na vaga aberta pelo falecimento de Saldanha Marinho em favor de José Lopes da Silva
Trovão. No ano seguinte foi um dos fundadores e principais acionistas do jornal
A República , no Rio de Janeiro.
Em 1897
foi nomeado ministro da Justiça e Negócios Interiores, durante a interinidade do
vice-presidente Manuel Vitorino Pereira, para substituir seu cunhado e amigo
desde os bancos de universidade, Alberto Torres. Contudo, recusou o posto,
preferindo concorrer à eleição para deputado federal. Foi de fato eleito
deputado pelo Distrito Federal na legenda do Partido Republicano Federal, e
ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados de maio de 1897 a dezembro de 1899.
Em 1900 foi candidato ao Senado pelo Distrito Federal na legenda do Partido
Republicano Federal, mas foi derrotado por Cândido Barata Ribeiro, candidato da
predileção do presidente Campos Sales (1898-1902).
Ainda na
presidência de Campos Sales, foi nomeado prefeito do Distrito Federal em 11 de
outubro de 1901, sucedendo a João Filipe Pereira. Deu início à construção do
cais Pharoux, na praça 15 de Novembro, iniciou a avenida Beira-Mar e inaugurou
a iluminação elétrica de Ipanema, sendo considerado o iniciador dos
melhoramentos materiais continuados por Pereira Passos. Em 27 de setembro de
1902 passou a prefeitura a Carlos Leite Ribeiro.
Em 1906
foi representante do Brasil no III Congresso Pan-Americano, realizado no Rio de
Janeiro. De 1910 a 1912 foi presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros,
hoje Orem dos Advogados do Brasil, onde seria depois instituído um prêmio com
seu nome, a ser outorgado anualmente à melhor obra jurídica nacional oferecida
a exame do instituto. Concorreu ao Senado em 1912 pelo Distrito Federal na
legenda do Partido Republicano Federal, mas não foi eleito.
Foi
membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Incentivou a publicação
nas páginas do jornal A Repúblicado esboço do livro Dom Casmurro, de Machado de
Assis. Colaborou também nos jornais Correio do Povo, O País e
Gazeta de
Notícias e nas revistas Kosmos e Vida Moderna.
Faleceu
no Rio de Janeiro no dia 5 de março de 1912.
Era
casado com Laura Martins Ribeiro Xavier da Silveira, com quem teve dois filhos.
Em 1936, no governo de Getúlio Vargas, foi-lhe dedicada a efígie da nota de 50
mil réis. A seu respeito foi publicado o livro Xavier da Silveira e a República
de 89
(1941).
RENATO AMADO PEIXOTO
FONTES:
ABRANCHES, J. Como; ABRANCHES, J. Governos
; ASSIS,
M. Velho; CÂM. DEP.Anais (v. 2, 1900); CASCUDO, L. Governo; MAGALHÃES JÚNIOR,
R.
FOTO - WIKIPÉDIA